ROMPER OS FOSSOS
Por Warlem Dias – CEBs Sete Lagoas
“Ai daqueles que estão deitados em leitos de marfim, mas não se preocupam com a ruina de José”, Am 6, 1-7.
Há um grande fosso na humanidade, entre os que dão banquetes esplêndidos e o resto, que nem o resto é permitido. Resta-lhe um cachorro esmilinguido a lamber suas feridas (cf. Lc 16, 19-31, liturgia dominical). Lázaro é “Deus Ajuda”, nas múltiplas feridas da humanidade. Reza-se ao Deus do céu e da terra para não cair no inferno do homem suntuoso. Muitos consolam os Lázaros com o céu no pós-morte. Clamamos a Deus por milagres! Enquanto vivemos despreocupados e indiferentes em nossas bolhas de ricos. Somos nós homens e mulheres suntuosos, na crise de humanidade. Sem nós, Deus não pode fazer nada!
“A Comunhão entre Deus e Nós: Fonte de Comunhão entre Nós”
Finda setembro e o nosso mês da Bíblia. Qual a incidência da Palavra de Deus na vida de nossas comunidades? Nas comunidades da primeira carta de João, viver o amor é tocar a carne dos Lázaros, sair da bolha e dos leitos de marfim. “Jesus Cristo veio na carne é de Deus”, (cf. 4, 2). Portanto, “não amemos de palavras, mas com ações, (cf. 3,18) é irrefutável o amor ao irmão (4,20). Nós somos amor, porque Ele nos amou primeiro (4,19). De tantos discursos, o amor liquidificou-se. Virou metalinguagem. O amor rompe os nossos fossos de ricos.
Entre nós e vós há um grande abismo”, Lc 16, 21.
Neste setembro, fomos contemplados pelo Fórum das Pastorais Sociais, em Sete Lagoas, na proposta da Incidência Política, “Serás Libertado pelo Direito e pela Justiça”, (Is 1,27). As Pastorais Sociais são pérolas na Igreja a serviço do Evangelho e da vida, na descoberta dos valores no Reino no coração de nossa sociedade no servir e amar. Elas carregam os Lázaros com a vida presa por um fio, resultado do sistema excludente, que os tratam como refugos humano. Piores que os cachorros. As Pastorais Sociais buscam incidir com a força do Evangelho e das Políticas Públicas no coração da sociedade no rompimento das bolhas da indiferença e do conformismo. São pérolas porque devolve a humanidade aos Lázaros e esforçam para que nós, os ricos, sejamos humanos, não por qualquer milagre, mas com nossas ações transformadoras.
Estar a caminho no sopro do Espírito
Sair do berço para as encruzilhadas, como hóspede na casa dos outros, partilhar da busca do pão de cada dia e solver a água da sede de estar a caminho, é jeito missionário. Chegue outubro!