Por Alessandro Gomes Alexandre
Neste feriado da Proclamação da República, no Salão Paroquial da Paróquia Santo Antônio e no Ginásio Municipal, em Peçanha (MG), realizou-se o primeiro encontro das Comunidades Quilombolas do Vale do Rio Doce. As caravanas de diversas cidades foram acolhidas na Praça da Matriz e, em seguida, saíram em cortejo pelas ruas da cidade.
O pároco, José Aparecido dos Santos, fez a saudação aos presentes e disse que três palavras resumiam aquela caminhada: terra, justiça e cultura; ressaltou o prazer dos paroquianos em acolher as comunidades e as parcerias para a realização do encontro. A seguir, serviu-se o café comunitário no Salão Paroquial.
A abertura oficial do evento contou com a presença de autoridades do município e secretarias; da Empresa Cenibra; Superintendência Regional de Ensino de Guanhães; Emater e Federação das Comunidades Quilombolas e Movimentos. As escolas dos municípios de Cantagalo e Peçanha estiveram presentes e, juntamente com as comunidades, fizeram algumas apresentações culturais. Jesus Rosário Araújo, do Quilombo Indaiá, de Antônio Dias – Presidente da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais -, explicou que o objetivo do encontro era fazer uma reflexão sobre as comunidades do Vale do Rio Doce frente à nova conjuntura política e da nova realidade brasileira, como também a realização de planejamento para a organização dessas comunidades. Josiane Maria Pascal, do Quilombo São Félix, no município de Cantagalo – representante da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado Minas Gerais e Comissão do Rio Doce e da Confederação Nacional das Comunidades Quilombolas do Brasil – ressaltou que esse encontro era a realização de um sonho para eles, mostrando sua cultura. Ela destacou a importância da programação do encontro, bem como a realização de mesas de debate com a presença de mediadores do Ministério Público. Márcia Campanharo Zanetti Bonetti – Coordenadora Técnica Estadual da Emater para as comunidades quilombolas em MG – frisou que o dia seria de cultura e formação, troca de saberes e experiências, luta pelos direitos e reconhecimento e também contra o racismo. Seria a oportunidade de somar forças para a luta.
A formação política se deu nas mesas de debates com os temas: Quilombos da negação aos direitos e Gestão Territorial: Como o RTID (Relatório Técnico de Identificação e Delimitação) e a assistência técnica contribuem com a permanência no território.
Lançou-se o livro: Vida no Quilombo, um estudo sobre as comunidades quilombolas do Alto Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, que teve como coordenadora Maria Elisabete Gontijo dos Santos. Durante o evento ocorreu uma feirinha com os produtos trazidos das comunidades.