Por Pedro Henrique Alves Santana – CEBs Teófilo Otoni
O intereclesial para os mineiros começou cedo pois, na manhã do dia 17, de julho, já tivemos nossa primeira mística antes de deixar a capital do Estado, Belo horizonte, rumo a Rondonópolis. Nosso ônibus tinha gente de todos os cantos, das Minas e das Gerais, como também de várias frentes lutas. Pessoas comprometidas, lideranças e referencias do nosso jeito de ser igreja.
É inegável que todos traziam muita esperança no olhar, mas, também, traziam um certo sofrimento eclesial tanto por uma pandemia, que levou muitos dos nossos companheiros como o Pe. Nelito e Solange Rodrigues, quanto por uma tensão política que leva alguns de nossos irmãos a nos questionar sobre a nossa Identidade Eclesial, quando não nos acusa de comunismo. Ainda dentro do ônibus, a comunhão foi tamanha que as dores deram lugar a uma alegria evangélica
Chegando e vivendo o 15º intereclesial, um dos momentos marcantes foi quando os, e as, jovens apresentaram os gritos que ecoam dos territórios do Lestão (RJ, MG e ES). Eles entraram com os gritos – clericalismo, violência, etc. – sem pronunciar uma palavra e colocaram os gritos aos pés da cruz. Ao saírem entoaram um canto de Zé Vicente que diz “Se é pra ir a luta, eu vou! Se é pra tá presente, eu tô! Pois na vida da gente o que vale é o amor”.
Pensei comigo: essa não é a liturgia do nosso povo? Esse não é o jeito CEBs de ser igreja em saída? Quantas vezes nós jovens, adultos, homens e mulheres fomos silenciados e depositamos tudo isso aos pés de nosso senhor crucificado? Quantos vezes somente a partir Dele tomamos consciência e nos colocamos a ser voz, presença e luta?
Neste sentido, acredito que a missão do intereclesial foi cumprida: nos lembrar de quem nós somos, confirmar a nossa identidade eclesial e nos devolver aos nossos territórios com o coração aquecido para aquecer outros corações. Fica na memória cada sorriso, cada abraço e cada partilha. Estou convencido que nesses dias fizemos uma imersão no coração da trindade e que Ela nunca nos abandona.
Amém, Axé, Awerê, Aleluia! Pemegare!