
“Os pecadores não são mais aqueles que se perdem, mas aqueles que se deixam perder e não querem se alegrar com aqueles que são encontrados. O amor de Deus, que sabe encontrar aqueles que se perderam, deve agora encontrar o coração daqueles que não se acham perdidos” Gravel
Este é um belo toque para o nosso aprendizado no caminho de Jerusalém. Nós que pregamos, falamos de Deus, referendados em Igrejas e doutrinas. Nós que somos nobres e justos. O grave defeito de Jesus foi estar com os perdidos e fazer festa com eles. Pode ser um toque para mim, para você, entrar nas parábolas da misericórdia (Lc 15, 1-32) e ser os personagens deste caminho. Na parábola, encontramos ternura, alegria, misericórdia e a festa de todos e para todos. Não se assuste! Eu e você temos o mesmo valor da prostituta, ou seja, a prostituta e o excluído valem tanto quanto o justo e o perfeito. Muitos não querem entrar e Deus não obriga ninguém a ficar do seu lado. Deus é misericórdia! Não cobra nada de ninguém!
Continuamos nossa subida para Jerusalém, na busca e encontro do rosto terno e misericordioso de Jesus de Nazaré, o peregrino de Emaús. Vale lembrar que esta Jerusalém mata os profetas, lava as mãos e dos “justos” se tem o silêncio. Com o peregrino caminhamos para as encruzilhadas dos conflitos.
A subida para Jerusalém não está fácil! O sol é escaldante e ao nosso olhar só sequidão. Poucas miragens de oásis. No entanto, um convite ao seguimento, que se dá na liberdade e gratuidade de estar a caminho.
Na subida de nossas cidades, no sol de cada dia, há sede da água, de estarmos a caminho da vida plena. No alimento, o pão cotidiano mirrado no sofrível salário. Na saúde, uma coleção de remédios, todos parecidos. Moradia, uma luta ininterrupta que vai perdendo forças quando o povo só trabalha pela sobrevivência. Violência que gera violência e o sonho de um povo sem armas, deparam-se com deputados exibindo sua arma. Misericórdia!
No caminho de nossas cidades, Deus é aclamado e rejeitado, nas mais diversas vozes e por todos os seguimentos. Macedo unge o Messias! O papa é contraditado por levar a Igreja à misericórdia. A festa da misericórdia é lugar do incompreensível.
Neste caminho, esperemos pela primavera da misericórdia, que há florir e encantar. Façamos de nossos templos espaços de acolhida e escuta de cada um que fala em si matar. A vida é preciosidade que carregamos em vasos de barro.